O trauma pode mudar a forma como nos alimentamos, nos movemos e vivemos. Veja como entender isso melhor pode ajudar.
Repetidamente, ouvimos colegas contando casos sobre pacientes que praticamente se enfureceram quando se fez uma sugestão nutricional relativamente inocente como “considere comer devagar hoje”. Ou outro que entrou em pânico sem motivo aparente. Desapareceu das sessões. Ficou angustiado ou até paralisado. Ou ainda parecia incapaz de lidar com o desejo irresistível de comer, restringir, beber em excesso ou realizar uma variedade de outros comportamentos inúteis.
Como profissionais da saúde, buscamos explicações individuais. E nós as encontramos. Infâncias dolorosas com adultos abusivos ou ausentes. Agressão sexual. Negligência emocional. Abuso de substâncias. Serviço militar. Mudanças. Abortos espontâneos. Desastres naturais. Luto e perda… e vários outros traumas.
Hoje, mais do que nunca, é evidente que traumas de todos os tipos podem afetar negativamente o progresso do cliente. Ainda mais em tempos de pandemia.
Não é à toa que muitos de nós estamos tendo dificuldade em controlar nossa alimentação, exercícios e cuidados pessoais.
Ainda assim, é notável: ainda temos a capacidade de mudar e conseguirmos o que quisermos.
Neste objetivo, este artigo tem como objetivo ajudar – fornecendo percepções e ferramentas que você, como nutricionista, preparador físico ou profissional da saúde, pode usar para apoiar adequadamente os clientes que estão lutando com traumas.
Como profissionais da saúde e do movimento, está fora do seu escopo de prática perguntar diretamente aos alunos e pacientes sobre traumas.
Contudo, às vezes, eles falam sobre suas experiências traumáticas. Ou eles podem fazer e dizer coisas que simplesmente parecem contraditórias.
Entender como o trauma se manifesta pode ajudar a explicar por que os clientes costumam fazer coisas intrigantes ou aparentemente “sem sentido”, como comer demais quando também estão desesperadas para perder peso ou ser mais saudáveis. Ou negligenciar sua própria saúde e bem-estar, mesmo cuidando bem de todas as pessoas à sua volta.
Você deve saber como responder e apoiar esses alunos e pacientes porque, infelizmente, o trauma pode acontecer com qualquer pessoa e é mais comum do que muitas pessoas imaginam.
O crescimento pode acontecer para esses pacientes, mesmo enfrentando um sofrimento avassalador. Os seres humanos são surpreendentemente resistentes.
Ser um profissional da saúde consciente de traumas pode ajudá-lo:
Trauma é tudo o que sobrecarrega nossos recursos existentes e capacidade de enfrentamento.
Como o trauma é diferente do estresse?
Quando experimentamos estresse de qualquer tipo, o corpo entra em uma fase de estado de alerta. Em uma situação normal, eventualmente nos recuperamos e voltamos ao estado normal, ou talvez até nos tornamos mais fortes e resistentes.
Mas, com o trauma, experimentamos o estressor tão intensamente que não podemos seguir todas as etapas de que precisamos para nos recuperar. Acabamos pior do que começamos.
Os estressores que induzem o trauma podem vir de várias áreas diferentes de nossas vidas.
A maioria das pessoas associam a palavra trauma a estes eventos como:
Como essas experiências são extremamente prejudiciais e objetivamente terríveis, os psicólogos se referem a elas como Grandes Traumas.
Normalmente, as pessoas sabem se já experimentaram este tipo de trauma, embora possam não estar cientes das vastas consequências deles.
Eventos traumáticos também podem parecer “nada de mais”, mas ainda deixam uma impressão forte e duradoura.
O pequeno trauma se refere às indignidades, inseguranças, ferimentos mais predominantes na vida.
Pequenos traumas também podem ter efeitos duradouros. Muitas pessoas experimentam isso sem nunca o reconhecer como “trauma”.
Também podemos experimentar traumas como um grupo.
O trauma coletivo é um efeito psicológico que desestabiliza a fundação de uma sociedade ou grupo.1
Bombardeios, desastres naturais, guerras, fomes e pandemias são exemplos óbvios de eventos que podem resultar em trauma coletivo.
O trauma coletivo também pode advir de violência, abuso e indignidades perpetradas contra um grupo específico. Isso pode acontecer cumulativamente ao longo do tempo.
As pessoas que vivem o colapso de um regime político ou em um estado geral de consciência intensificada da violência – por exemplo, em um estado militar onde veem armas diariamente – também sofrem traumas coletivos.
(As pessoas podem experimentar este tipo de trauma de forma um pouco diferente do trauma individual. Embora possa parecer menos pessoal, trauma é trauma.)
É importante ressaltar que não precisamos passar por traumas diretamente para sermos afetados.
Por exemplo:
Esse tipo de trauma pode durar gerações em nossas memórias coletivas e o significado que encontramos nessas memórias frequentemente molda a sociedade.
O trauma pode ser transmitido de várias maneiras às famílias.
Primeiro, se uma pessoa passou por um trauma, seu comportamento em relação ao filho pode mudar.
Um pai ou responsável pode repetir o comportamento traumatizante que experimentou, perpetuando o ciclo. Ou eles podem estar tão envolvidos em seus próprios mecanismos de enfrentamento – como o abuso de álcool – que são incapazes de sustentar seu filho materialmente e/ou emocionalmente.
Os pacientes que lidam com traumas intergeracionais podem dizer a você que seus primeiros problemas com comida apareceram cedo na vida, quando se sentiram assustados, sozinhos, pequenos, com raiva ou de alguma forma angustiados com o que estava acontecendo em suas famílias.
Em segundo lugar, os efeitos do trauma podem ser transmitidos por meio do que é conhecido como epigenética transgeracional.
O trauma pode realmente mudar a forma como nosso DNA é empacotado e, portanto, como nossos genes são expressos.
Assim, pessoas traumatizadas podem dar à luz bebês que são epigeneticamente (ou seja, biologicamente) predispostos a problemas de saúde mental ou física, inflamação aumentada e/ou doenças mais crônicas.2,3,4,5,6,7,8
O exemplo mais famoso vem de pesquisas sobre os descendentes de sobreviventes do Holocausto, que mostraram mudanças nos genes de pais e filhos.9,10 Outra pesquisa correlacionou um legado de escravidão com risco elevado de AVC em populações afro-americanas que vivem no sudeste dos Estados Unidos.11
Efeitos semelhantes foram observados em outras populações marginalizadas (e na pesquisa com animais), mas esta é considerada uma área emergente da ciência.12
A experiência subjetiva de uma pessoa a um evento ou situação determina se foi traumático, independentemente de quão importante ou trivial aparente.
Digamos que a Fátima e a Sônia se queimaram no fogão quando eram crianças. Nenhuma delas se lembra muito bem, mas elas tiveram experiências semelhantes: A mãe enlouqueceu. Elas tiveram que ir ao hospital para tratar a queimadura.
Para Fátima, a experiência não foi traumática. Ela ficou chateada e com medo no momento, mas nos dias que se seguiram, ela se recuperou. Não deixou uma marca maior do que esfolar o joelho no parquinho.
Para Sônia, a experiência foi traumática. Ela já se sentia vulnerável porque seu pai não estava por perto e sua mãe estava sempre super estressada e fazendo horas-extras para sobreviver. Embora ela mal pense sobre isso agora, a queimadura deixou uma marca mental.
Agora, já adulto, Sônia é avessa a cozinha. Ela realmente não sabe o porquê.
Ela cria histórias para explicar por que ela não cozinha. Ela está ocupada. O fogão simplesmente parece “complicado demais” ou alguma coisa do tipo. Mas o que tornou a experiência traumática foi o contexto – não a queimadura em si.
Embora o trauma se manifeste de maneira diferente em pessoas diferentes, tendemos a ver padrões comuns.
Frequentemente, o trauma afeta a maneira como uma pessoa se comporta, se define e se comunica com os outros.
Veja como isso pode parecer nas interações com os seus pacientes:
Eles lutam para identificar emoções, necessidades e/ou sensações físicas. Por exemplo, quando você pergunta: “Como você sabe quando está com fome?” ou “Isso dói?” ou “Como você está se sentindo?”, eles podem dizer que não têm certeza.13
Eles não parecem ter uma boa memória. Se você perguntar: “Como era a comida quando você era pequeno?” Ou “A que horas você jantava quando criança?”, Eles podem não se lembrar. Eles “esquecem coisas” como as recomendações que você passou para eles fazerem até a próxima sessão.
Frequentemente, ficam empacados ou paralisados. A “freeze response” (resposta de congelamento) nos imobiliza. Os pacientes e alunos podem dizer que se sentem incapazes de agir, evitam coisas e/ou se sentem impotentes. “Não sei o que aconteceu, quando eu percebi já estava comendo ‘errado’…”
A história de si mesmos é profundamente negativa. “Eu me odeio. Eu sou um fracasso. Minha genética é um carma. Não consigo fazer nada direito. ” É difícil para eles imaginarem que algo poderia ser diferente ou melhor.
Eles têm uma reação maior do que o esperado. Trocas aparentemente simples desencadeiam luta/fuga/congelamento. Digamos que você sugira que seu paciente experimente adicionar proteína ao café da manhã. Eles, por sua vez:
Você pode ficar chocado com o que parece ser uma reação exagerada, mas esta é uma resposta humana profundamente enraizada ao medo e ao perigo.
Eles sempre querem agradar você. Este cliente pode concordar literalmente com todas as estratégias que você sugerir. Eventualmente, fica claro que eles não as estão implementando. Parece mais seguro seguir com suas ideias do que explicar por que não funciona para eles.
Isso é chamado de comportamento de bajulação. Muitas vezes é aprendido e empregado por vítimas de abuso: ao se tornarem o mais invisíveis e agradáveis possível, eles estão tentando se proteger de novos traumas.
Pessoas com traumas podem ter problemas físicos, incluindo:
Talvez seu cliente tenha feito um raio-X, uma ressonância magnética, uma tomografia computadorizada e visto por todos os especialistas. Não há sinal de ferimento. Mas a dor, a restrição e a limitação física persistem.
Curiosamente, o efeito cumulativo do estresse, disfunção do eixo HPA / hormônio e inflamação pode realmente aumentar a percepção da dor.19,20 Sabe como as coisas simplesmente doem mais quando você está estressado? Isso é parte do motivo.
E aqui cabe este parênteses:
Quando estamos fisicamente estressados, como durante um treino intenso, tendemos a inspirar rápido e vigorosamente. Nossas exalações também ficam mais rápidas.
Quando fazemos isso, ele remove o dióxido de carbono (CO2) da corrente sanguínea.
Esta é uma resposta corporal importante. Ajuda o corpo a eliminar os resíduos gerados pelo exercício e permite-nos fornecer oxigênio fresco aos músculos.
Esta relação dinâmica entre o CO2 no sangue e a concentração de oxigênio no sangue é conhecida como o Efeito Bohr.21
Mas se você estiver sentado quieto e algo estressante acontecer, você pode experimentar a mesma mudança em sua respiração – inspirações profundas, expirações curtas. (Imagine uma pessoa hiperventilando durante um ataque de pânico.)
Exceto porque você está sentado, não há aumento da demanda de oxigênio em seus músculos. Se isso acontecer com frequência ao longo do tempo, a seguinte sequência de eventos pode ocorrer:
Essa rigidez é particularmente comum nos músculos posturais, como os encontrados na parte inferior das costas, pescoço e ombros. Portanto, além do aumento da percepção da dor, as pessoas que lidam com traumas também podem sentir dor devido à rigidez muscular crônica.
A boa notícia?
Os encurtamentos causados por padrões respiratórios disfuncionais pode ser aliviados, em parte, aprendendo a respirar com mais eficiência.
Em particular, praticar expirações mais longas pode ser muito útil para fornecer mais oxigênio aos músculos, o que os ajuda a relaxar. E o LPF se destaca por isso.
Quando as pessoas lutam com seu comportamento em relação à comida e boa forma por anos ou décadas, especialmente com obesidade ou padrões de alimentação desordenada, há uma boa chance de que algo tenha acontecido com elas. E nem precisa ser algo “grande”.
Pacientes/alunos com histórico de trauma podem:
Quanto mais intenso o trauma na vida de uma pessoa, e/ou mais frequente, maior a probabilidade de ela apresentar sintomas físicos e/ou comportamentos, pensamentos e crenças não adaptativos.
Um estudo acompanhou a relação do IMC (da sigla em inglês BMI – Body Mass Index) ao longo do tempo, correlacionando-o com o histórico de trauma (Desordem de Estresse Pós-Traumático – da sigla em inglês PTSD).25 O gráfico conta uma história interessante.
Quanto mais sintomas do tipo PTSD uma pessoa tem, maior a probabilidade de ganhar peso com o tempo.
Outro estudo examinou a relação entre tolerância ao exercício e abuso infantil.
Os pesquisadores descobriram que as mulheres que haviam sofrido abusos eram mais propensas a evitar exercícios porque a frequência cardíaca mais alta e a sensação de “excitação” evocavam os mesmos sentimentos de ansiedade e medo que experimentaram no início de suas vidas.26
Como seres humanos, podemos sentir cerca de 50 coisas diferentes ao mesmo tempo e não deixá-las inconsistentes. Somos complexos.
Podemos nos sentir horríveis por causa do estresse pós-traumático, mas ainda estamos crescendo.
Uma pessoa pode perder tudo, mas de repente tem aquele momento de “dane-se” em que reavalia sua vida e decidi jogar fora algumas porcarias e entulho. Esse é um tipo de crescimento pós-traumático.
O crescimento pós-traumático é quando mudamos e evoluímos de maneira boa e saudável como resultado do trauma.
Frequentemente, envolve encontrar um significado para nossa dor. Por exemplo, podemos jurar ajudar outras pessoas em situações semelhantes.
Pode ajudar pensar no crescimento pós-traumático como o kintsugi, um tipo de artesanato em cerâmica japonesa feita de cerâmicas quebradas. Os artistas usam metais preciosos para juntar as peças e a versão reparada é considerada mais bonita e desejável do que o item original – especialmente porque o processo leva muito tempo.
Se você sabe como reconhecer traumas em seus clientes, talvez seja capaz de ajudá-los a realizar os reparos. Eles podem encontrar significado naquilo que passaram. Ou ainda descubra a beleza da reconstrução.
Por isso, aqui estão algumas sugestões para você ajudar seus pacientes ou alunos e ainda sentir-se extremamente realizado na profissão neste processo.
Boas notícias: você já fez isso lendo este artigo!
É importante ressaltar que o raciocínio por trás da compreensão dos sinais de trauma não é para que você possa diagnosticar seus clientes. Como observado anteriormente, isso seria trabalho para um terapeuta qualificado. Então, a menos que você seja um desses, é importante permanecer dentro do seu escopo de prática como treinador, nutricionista, fisioterapeuta, etc.
Eduque-se e esteja preparado para lidar com casos difíceis de maneira sensível.
Se você quiser se aprofundar em outras leituras, considere estes recursos:
“The Body Keeps the Score” de Bessel van der Kolk, MD
“Post Traumatic Slave Syndrome” por Joy DeGruy, PhD
“When the Body Says No” e “In the Realm of Hungry Ghosts”, ambos de Gabor Mate, MD
“The Body Remembers: The Psychophysiology of Trauma and Trauma Treatment” por Babette Rothschild, MSW
2 – Afirme a validade dos sentimentos das pessoas
Não diga “Não é grande coisa”. Obviamente é para eles.
Não diga “Eu entendo completamente”. Você não entende.
Não diga “Supere isso”. Eles não podem, pelo menos não sem ajuda.
Não evite o assunto ou não diga nada porque é muito desagradável ou ainda porque você não sabe o que dizer.
Em vez disso, diga: “Sinto muito pelo que você está passando. Obrigado por confiar em mim pra dizer. Estou aqui para ouvir e apoiar você. ”
Preocupe-se com seus pacientes/alunos, mas não se torne um cuidador para eles. Saiba onde você pode ajudar e onde não pode.
Familiarize-se com esses conceitos. Eles são importantes para todos os pacientes e alunos, mas podem ajudar a estabelecer uma sensação de segurança com os traumatizados.
Você deve prestar atenção especial a:
Esse último ponto é fundamental!
Pode parecer estranho trazê-lo à tona e é por isso que muitos treinadores o ignoram. Não seja uma dessas pessoas.
As diretrizes aqui são simples:
Pode parecer estranho perguntar sobre como retirar as mãos, mas fazê-lo sem perguntar pode fazer uma pessoa com traumas relacionados ao corpo se sentir especialmente vulnerável.
Fazer essas perguntas dá ao cliente a propriedade sobre o que acontece com seu corpo. Eles podem controlar quem os toca, como e quando. E é assim que deve ser sempre.
Se você tem um cliente que revelou trauma, pode ser útil compartilhar com ele o que acontece durante a resposta ao trauma.
Por quê? As pessoas costumam ficar muito confusas sobre o que está acontecendo com elas.
É um momento relâmpago para aprender que o que eles estão experimentando é uma resposta fisiológica a algo que aconteceu no passado.
Vale a pena explicar que seu cérebro e corpo aprenderam um padrão de resposta e, portanto, o que está acontecendo com eles e seus problemas de saúde não são culpa deles.
Quando seu cliente fica em branco na frente da geladeira, não é porque ele não tem força de vontade suficiente ou porque comprou os mantimentos “errados”.
Essa constatação pode fazer uma grande diferença para o cliente e como ele se define. Eles percebem que não são uma pessoa má ou preguiçosa ou que não podem se controlar. Eles estão apenas repetindo um padrão que aprenderam há muito tempo.
Esta é uma habilidade poderosa que qualquer pessoa pode aprender ou ensinar. Aqui estão três abordagens para você tentar.
Respiração de balão
“Existe uma relação física entre a forma como você respira e o que seu cérebro diz ao seu corpo para fazer”, diz Craig Weller, CPT, PN Master Coach e especialista em exercícios residentes. A expiração dispara estímulos parassimpáticos do cérebro, diminuindo ligeiramente a frequência cardíaca.
Ao estender a expiração, você passa um pouco mais de tempo no estado parassimpático de calma.
Experimente uma expiração mais longa e lenta, como encher um balão:
Respiração com o Core Engajado
Colocar a coluna em posições diferentes têm efeitos diferentes sobre o sistema nervoso por meio de receptores de pressão física chamados gânglios.
Estender a coluna (pense em cachorro para cima na ioga) ativa os receptores simpáticos, ativando o modo “lutar ou fugir”.
Por outro lado, flexionar a coluna (pense em posição fetal ou um filhote tirando uma soneca) tira a pressão dos gânglios espinhais, produzindo um efeito calmante. Expirações longas com as costelas e o Core nessa posição aliviam ainda mais a pressão.
Duas versões de respiração com o Core a serem consideradas: respiração em posição fetal e respiração com costelas “forçando para baixo” na expiração.
Exercícios de consciência
Isso pode ajudar um paciente que luta contra a “desconfiança”, chamando sua atenção para sensações físicas concretas.
Exemplos de exercícios de aterramento:
Podem haver momentos em que você não pode (e não deve) atender a todas as necessidades de seus pacientes por conta própria.
Mantenha algumas indicações para profissionais de saúde mental à mão. Podem ser pessoas que você conhece em sua comunidade ou que identificou por meio de pesquisas.
Ou pesquise no Google sua localização com palavras-chave como “terapia para trauma em São Paulo”.
Faça uma lista e mantenha-a à mão profissionais de confiança.
Lembre-se, encaminhar não significa que você irá parar de ver seu paciente. Você pode continuar a apoiá-lo em seus hábitos saudáveis enquanto eles obtêm apoio especializado em outra área.
Não há como contornar isso. É coisa pesada. Você mesmo pode ter passado por um trauma e estar lidando com questões muito semelhantes às de seu paciente ou aluno.
Muitas pessoas optam por ir a um treinador em vez de um terapeuta, por uma variedade de razões – desde não ter seguro de saúde ao estigma em torno da saúde mental.
Embora você deva manter seus limites com os pacientes ou alunos e permanecer dentro do seu escopo de prática, haverá momentos em que você será a única pessoa em quem ele pode confiar.
Mas os terapeutas têm algo que os treinadores nem sempre têm em vigor: supervisão e conselheiros. Eles se reúnem regularmente com outros terapeutas para discutir casos, compartilhar conselhos e obter apoio.
Como treinador, nutricionistas, fisioterapeutas, osteopatas, etc,, você pode fazer algo semelhante conversando regularmente com colegas com ideias semelhantes. Obtenha esse suporte e crie esta rede de contatos.
Um assunto difícil pode ser exaustivo. Portanto, certifique-se de carregar sua própria bateria. Porque sua saúde também é importante.
Até o próximo artigo!
Referências:
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